O dia em que Elena largou tudo para ouvir a floresta
- O Batom Viajante

- 13 de out.
- 2 min de leitura

Ninguém percebeu quando ela foi. Nem os vizinhos, nem o chefe, nem mesmo o carteiro que sempre entregava contas e esquecia de sorrir.
Elena apenas… foi. Não com uma mala. Mas com uma pergunta que ecoava no peito há meses: "É só isso?"
Ela não sabia o que procurava, mas sabia o que não aguentava mais:as repetições sem alma, os sorrisos automáticos, o celular vibrando com notificações que não tocavam a alma.
Naquela manhã, ouviu um som que não vinha do mundo de fora. Era um sussurro. Um sibilo. Uma frequência.
A floresta a chamava.
E pela primeira vez, ela não disse “depois”. Não disse “quando der”. Ela ouviu. E atendeu.
Caminhou por ruas que pareciam novas, embora fossem as mesmas de sempre. E ao chegar na trilha, tirou os sapatos. Queria que a terra a reconhecesse.
As árvores não perguntaram de onde ela vinha. Nem cobraram um plano de carreira.
Elena não pediu permissão. Apenas sentou-se no meio da clareira e chorou.
Não era tristeza.Era um derramar de coisas antigas.
Palavras não ditas, partes esquecidas de si mesma.Era a alma voltando pra casa.
Ali, entre raízes e vento, ela escutou o que nenhuma rede social poderia oferecer: silêncio fértil.
E nesse silêncio, algo floresceu.
Um nome antigo. Um saber esquecido. Um feitiço novo.
Ao voltar para casa, Elena não era mais a mesma. E na primeira noite, antes de dormir, pegou um caderno — não qualquer caderno —mas aquele com as folhas que pareciam folhas de outono,e escreveu: “Hoje, minha alma acordou.”
Era o começo de um novo ciclo.
E como toda bruxa que desperta, ela sabia: precisava registrar seus ventos internos.
Foi assim que seu Caderno Tempos da Alma se transformou em diário de reconexão.
Ali, ela não escrevia metas.Escrevia sementes.
E toda vez que o mundo tentava puxá-la de volta para as obrigações e metas,ela fechava os olhos, sentia o chão…e lembrava:
🌿 O que a floresta desperta, o mundo não consegue mais silenciar.
Aqui, cada página é um feitiço. Cada capítulo, um portal.




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