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Capítulo 20 – A Aurora dos Portais
A luz depois do Conselho era diferente de tudo que Elena havia visto em FAR. Não era apenas claridade. Era consciência. Uma luz que parecia vir de dentro das montanhas, das estrelas, do gelo — e dela. Uma luz que não iluminava o caminho, mas revelava. O vento soprou ao redor, suave, cuidadoso, como se estivesse honrando a Elena que atravessara sombras e luzes, coragem e medo, queda e renascimento. Elena tocou o peito.O cerne vibrava num ritmo novo:um ritmo inteiro.Um ritmo qu
há 2 dias4 min de leitura


Capítulo 19 – O Despertar do Cerne
O círculo do Conselho dissolveu-se no ar como poeira dourada. A sombra e a luz, antes entidades separadas, haviam se unido numa única presença cujo calor Elena ainda sentia na pele, mesmo após a dissolução. O silêncio que se seguiu não era o mesmo silêncio de antes. Era um silêncio cheio, reverente, expectante — como o ar que existe antes de uma verdade nascer. Elena permaneceu no centro da clareira, respirando com cuidado, como se cada movimento seu pudesse reconfigurar o mu
há 4 dias4 min de leitura


Capítulo 18 – O Conselho das Sombras e das Luzes
O caminho de luz que se retraçava sob seus pés guiou Elena até um vale que ela não lembrava de ter visto antes. Talvez ele não existisse antes. Talvez só surgisse para quem carregava o cerne desperto. A neve ali era diferente. Não branca. Não dourada. Mas uma mistura das duas — como se luz e sombra tivessem se encontrado para descansar lado a lado, sem guerra, sem disputa, apenas coexistência. O silêncio era tão profundo que parecia pulsar. Elena tocou o peito. A vibração do
18 de dez.4 min de leitura


Capítulo 17 – O Rastro da Luz que Volta
Quando o ego se dissolve, o mundo enfim se revela. O vento a carregava suavemente para fora dos escombros da torre, como se temesse que Elena machucasse os pés no chão recém-quebrado. Cada movimento era um afago — um cuidado que parecia vir não apenas da brisa, mas do próprio Reino que pulsava ao redor. Era um toque gentil, como de alguém que percebeu que ela saiu de um rito profundo — e ainda estava frágil. E, de fato, estava. Era uma fragilidade diferente, porém: não a que
16 de dez.5 min de leitura


Capítulo 16 – A Torre dos Sonhos Desfeitos
A fenda aberta pela presença do Guardião Invisível levou Elena a uma clareira estranha, silenciosa demais para ser apenas natureza. Era um silêncio que pesava. Que observava. Que parecia segurá-la pelo punho e dizer: Até aqui, você veio com coragem. Agora… venha com verdade. O vento cessou. A luz mudou. E diante dela surgiu uma estrutura que parecia ter sido esquecida pelo próprio tempo. Uma torre. Alta, estreita, torta — como se carregasse o peso de séculos de sonhos que nun
12 de dez.5 min de leitura


Capítulo 15 – O Guardião Invisível
O vento de Northwind a guiara até ali — mas agora, ele estava quieto. Quieto demais. Era um silêncio que não parecia ausência, mas espera. Um silêncio que carregava intenção. Elena caminhava por uma parte da montanha onde o gelo parecia suspenso no ar. Não havia som, nem trilha, nem sinal de vida. Era como andar dentro de um suspiro que não terminava nunca, um suspiro do próprio Reino. Os flocos parados no ar davam a impressão de que o tempo segurara sua respiração junto dela
9 de dez.5 min de leitura


Capítulo 14 – O Encontro com Mestre Northwind
O vento que a guiara desde a torre finalmente cessou. Não diminuiu. Cessou — como se segurasse o próprio fôlego. Elena parou no meio da passagem estreita de gelo. A montanha parecia observá-la, silenciosa, expectante, como se cada centímetro daquela paisagem estivesse aguardando o momento exato de revelar algo que sempre esteve ali. A neve brilhava com uma luz azulada que não vinha do céu. Era como se o chão respirasse. Como se o gelo carregasse lembranças muito antigas, pron
6 de dez.5 min de leitura


Capítulo 13 – O Cântico das Estrelas Caídas
A noite nas Montanhas da Aurora não era como as outras noites de FAR. Ela tinha peso. Tinha cor. Tinha… presença. Elena caminhava lentamente pela trilha estreita que se erguia entre muralhas de gelo vivo. A superfície brilhava como vidro cristalino, refletindo luzes que não vinham da lua. Eram pulsações — pequenas respirações de um azul profundo — como se o gelo guardasse lembranças que tentavam escapar. O vento, que a guiara até ali, estava diferente. Mais leve. Mais silenci
4 de dez.3 min de leitura


Capítulo 12 – O Espelho do Amanhã
A trilha para o Norte parecia mais estreita a cada passo, como se o próprio bosque quisesse protegê-la de algo — ou prepará-la. A luz entre as árvores mudava de cor o tempo todo: ora azulada, ora prateada, ora tão clara que parecia vir de dentro dela, e não do céu. O vento já não falava como antes. Agora ele apenas apontava. Como uma mão invisível empurrando o ar na direção certa. Depois de horas caminhando, Elena avistou uma torre. Alta. Solitária. Feita de pedra tão antiga
29 de nov.3 min de leitura


Capítulo 11 – As Vozes do Vento Adormecido
O primeiro sinal veio como um arrepio inesperado. Não era frio. Nem medo. Era… atenção. Como se algo, em algum lugar entre as árvores, tivesse percebido Elena antes que ela percebesse a si mesma. Como se um par de olhos invisíveis estivesse acompanhando cada passo — não para ameaçá-la, mas para ter certeza de que ela realmente seguiria adiante. O Bosque das Brumas havia ficado para trás. Mas a sensação de ser observada caminhava com ela. O ar, que antes era denso e pesado, ag
20 de nov.3 min de leitura


Capítulo 10 – O Chamado da Névoa e o Coração do Tempo
O Bosque das Brumas estava diferente naquela manhã. Não era apenas o silêncio — era a maneira como o silêncio respirava. Como se cada partícula de ar aguardasse Elena despertar para algo que já a chamava há dias, em pequenos sinais que ela tentou ignorar. A névoa não era neblina. Era presença. Elena percebeu isso quando deu o primeiro passo para fora da pequena cabana onde passara a noite. A névoa se moveu ao redor dela como se a reconhecesse. Não envolveu. Não prendeu. Acolh
18 de nov.4 min de leitura


Capítulo 9 – O Coração das Brumas
As águas do Lago dos Sonhos Silenciosos haviam desaparecido, mas o silêncio ainda a acompanhava como um manto invisível. Elena caminhava sem pressa, deixando que o som de seus próprios passos guiasse o ritmo da respiração. O ar era fresco, perfumado com algo que lembrava lavanda e chuva, e o chão sob seus pés brilhava como se estivesse coberto de pequenas estrelas adormecidas. Desde o encontro com o Guardião dos Sonhos, algo havia mudado dentro dela. As palavras dele ecoavam
30 de out.3 min de leitura


Capítulo 8 – O Lago dos Sonhos Silenciosos
Ainda era madrugada em FAR quando Elena deixou o campo das flores azuis. O céu estava coberto por véus luminosos que se moviam lentamente, como respirações do próprio Reino. Cada passo que dava parecia ecoar em outra dimensão, como se o chão guardasse memórias de todas as jornadas anteriores à sua. A Rosa Azul continuava viva dentro do Grimório, pulsando em luz suave, e Elena sentia seu calor atravessar o tecido do manto. A flor parecia guiá-la, como um coração extra, batendo
16 de out.4 min de leitura


Capítulo 7 – O Segredo da Rosa Azul
O perfume das flores ainda pairava no ar quando Elena deixou o Jardim das Memórias. O caminho diante dela agora era uma estreita vereda coberta por névoa dourada, como se o sol estivesse preso entre véus de tempo. A cada passo, o som distante de sinos etéreos parecia responder ao ritmo do seu coração — um lembrete de que cada jornada, em FAR, era também uma travessia interior. Ela carregava no Grimório a flor dourada que havia escolhido, guardada entre páginas que pareciam pu
13 de out.4 min de leitura


Último Trimestre: A Travessia dos 85 Dias até a Aurora de Inverno
O calendário comum sussurra que entramos no último trimestre do ano. Setembro se despede, outubro abre os portais do mistério, novembro acende as fogueiras da gratidão, e dezembro se aproxima com sua coroa de luzes. É o tempo da travessia, o momento em que olhamos para trás e percebemos que muitos capítulos já foram escritos — alguns concluídos com alegria, outros deixados em suspenso como páginas que ainda aguardam desfecho. Hoje, restam 85 dias para o Natal . Para o mundo c
13 de out.5 min de leitura


Capítulo 6 – As Flores que Guardam Lembranças
O caminho de neve e gelo ficou para trás, dissolvendo-se lentamente em uma brisa morna que acariciava a pele como mãos invisíveis. Elena caminhava em silêncio, ainda com o coração acelerado pela travessia do lago congelado. O cristal em forma de chave repousava agora entre as páginas do Grimório, e vez ou outra ela o ouvia vibrar baixinho, como se fosse um riso distante lembrando-a de que havia vencido o primeiro desafio. As luzes prateadas, sempre fiéis guias, reapareceram à
13 de out.5 min de leitura


Capítulo 5 – O Espelho da Alegria e da Sombra
A névoa que cercava o círculo ancestral foi se dissipando devagar, como se tivesse cumprido sua função. O ar estava mais frio, e Elena sentia cada passo reverberar no chão úmido da floresta. O Grimório em suas mãos pulsava levemente, aquecendo sua pele, como se fosse bússola viva a guiá-la por entre os caminhos invisíveis de FAR. As pequenas luzes prateadas reapareciam diante dela, sempre alguns metros à frente, convidando-a a continuar. A cada vez que tentava hesitar, elas t
13 de out.4 min de leitura


Capítulo 4 – O Círculo da Névoa e o Chamado Antigo
A trilha de luzes conduziu Elena até o lugar onde a floresta parecia recolher a própria respiração. Era como se o bosque inteiro a observasse sem olhos, como se as raízes conversassem num idioma grave, antigo, que não precisava de som. A névoa erguia-se do chão em colunas delicadas, aprendendo a andar como crianças recém-nascidas; enroscava-se nos troncos, lambia a casca úmida, dissolvia contornos e devolvia segredos aos lugares onde eles haviam nascido. O coração de Elena, n
13 de out.9 min de leitura


Capítulo 3 – O Mistério do Cerne
Quando ergueu o queixo e respirou fundo antes de dar o primeiro passo, Elena pensou que estava apenas atravessando uma floresta. Só quando o pé tocou a terra macia, percebeu que também atravessava uma fronteira dentro de si mesma. As pequenas luzes azuis se alinharam como um cortejo silencioso, abrindo caminho entre troncos antigos que se inclinavam para escutá-la. O Grimório vibrava entre os dedos, quente como um coração que desperta. Ao redor, a noite parecia um tecido vivo
13 de out.9 min de leitura


Capítulo 2 – Primeiros Encontros
O silêncio que seguiu à travessia era tão profundo que Elena quase acreditou que o mundo tivesse parado de existir. Seu corpo ainda vibrava da passagem, como se estivesse feito de luz líquida prestes a se dissolver. O coração, acelerado, batia como um tambor em uma cerimônia esquecida. Quando finalmente ousou abrir os olhos, deparou-se com a clareira iluminada por uma luz suave que parecia não vir de sol algum. O céu tinha uma tonalidade impossível de nomear, algo entre o azu
13 de out.4 min de leitura
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